vox populi, vox Dei
A Verdade sempre foi alvo de manipulação durante a História humana.
Há dois grandes grupos de pessoas quando se fala em "verdade": aquelas que amam a verdade e aquelas que amam manipular a verdade. Uma verdade pode ser manipulada quando usada fora de seu determinado contexto. Um exemplo: Posso dizer que a criminalidade de um determinado local despencou depois da entrada de certo político no governo daquele local. Ora, se você soubesse que, na verdade, a violência diminuiu porque antes daquele governante, outro, iniciou um trabalha tão lindamente que mudou cabeças naquele lugar e que, coincidentemente, os frutos só vieram a acontecer agora. Eu sei que é uma analogia pobre, mas foi o melhor que pensei agora. O que quero, de fato, que você entenda é que a verdade, quando manipulada pode ser perigosa.
O título em questão se refere, dentre outras coisas, a uma "verdade aceita pela maioria" - "Vox populi, vox Dei" (A voz do povo é a voz de Deus ou O assentimento de um povo pode ser o critério de verdade) Pense comigo : Se a maioria das pessoas pensam que o aborto é errado, consequentemente, isso influenciará na lei daquele lugar. Mas será que a verdade é tão relativa assim, que devemos deixá-la ao léu do julgamento humano? Eu creio que não! Não consigo conceber que muitas pessoas afirmando que algo é bom ou verdadeiro, necessariamente o é.
Penso, por exemplo, na escravidão humana. Não somente dos negros, mas falo sobre a História da escravidão. A História humana está repleta de povos que escravizaram outros povos. E esses povos que escravizaram não viam, ou, pelo menos, a maioria deles, não viam problema moral em escravizar outro ser humano.
Não é porque muitos aceitam aquilo como certo, que é, necessariamente, certo. O que há na mentalidade moderna é aquilo que chamamos de "politicamente correto" que generaliza e empobrece o pensamento humano. Ou seja, eu não posso achar que isso ou aquilo é errado, porque minha concepção pode "ferir" o outro. Ora, que fira! Não estou falando sobre falta de respeito à pluralidade de ideias, mas falta de uma verdadeira tolerância naquilo que eu "o ser" acha errado. Daqui a pouco vamos trocar nossa liberdade pelo "bem comum" e isso não é "democracia", é escravidão! Uma vida submissa à insensibilidade do outro em aceitar uma opinião oposta.
Muito se fala em "pluralidade de ideias e de concepções ideológicas", mas muito pouco se fala na dificuldade que há em resolver esse problema da diversidade. Respeitar a diversidade é um dever; estar submisso a ela, de modo que você não possa se expressar é burrice (me desculpem os animais, os burros, eles são muito inteligentes).
Por fim, o que posso dizer é que estamos diante de uma sociedade doente, fraca, de "não me toque", da "minha ferida dói mais que a sua", da "dívida histórica", do "não fale assim comigo", do "meu problema é tão grande que não consigo enxergar o seu", do egoísmo, da extinção!
Josué Melo